segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pro jovem! Pra vida!


“É APENAS O INÍCIO DE UMA GRANDE MUDANÇA NA SOCIEDADE”.

A euforia do último domingo na Vila Olímpica foi total, aquela multidão de jovens era capaz de impressionar até mesmo a torcida do flamengo em dia de decisão do FLA x FLU, eram tantas as formas de expressão que foi impossível não se sentir orgulhosa de fazer parte desse projeto.
O foco daquela grande festa não estava em alguém ou em um grupo de pessoas, mas estava em todos, porque a cada segundo que se passava a alegria ia contagiando de uma forma encantadora cada pessoa presente naquela quadra.
Era perceptível a felicidade naqueles olhares e gestos, demonstrados pelas batidas dos instrumentos, palmas, gritos, cantorias e folias de toda espécie. O mais impressionante é que ninguém parecia estranho a ninguém, como se todos que ali estavam mesmo sendo de bairros diferentes e tendo se visto uma vez ou até nenhuma, se conhecessem há séculos ou fossem amigos de infância.
A agitação era total e ainda que soubessem que aquilo era uma competição o que realmente prevaleceu foi o sentimento de união, harmonia e diversão. Todos queriam mostrar seus projetos, mas nem por isso deixaram de vibrar com os outros apresentados, rolou entre eles uma espécie de amigopatia, como diz uma de nossas jovens repórteres, Aline Maciel.
Minha emoção estava à flor da pele, como se cada palma batida ali representasse uma batida do meu coração, nem pude me conter onde estava, tentei somente observar o que acontecia da arquibancada, mas todo aquele entusiasmo me fez descer ao centro daquela quadra e me misturar àquele grupo tão empolgante e contagiante.
Verdadeiramente esse projeto ultrapassou o seu objetivo central, que era dá-lhes uma formação cidadã, mas acima de tudo criou seres humanos mais humanos e menos individualistas, onde a razão deu lugar à emoção, prevalecendo à unidade entre as pessoas.
No início do projeto podia se notar nas próprias salas em que aconteciam as oficinas as diferenças entre os jovens, pois a heterogeneidade ainda estava presente, cada um observava o outro com suas desconfianças e diferenças que foram totalmente dissipadas ao longo desse trabalho.
A atuação dos oficineiros e assistentes foram primordiais para que o desenvolvimento desses jovens fosse o sucesso que foi e o empenho desses mesmos jovens em vencer se deu em grande parte pelo estímulo dado a eles por seus orientadores. O “Minha rua tem história” despertou nessa grande juventude uma visão otimista de construção ou restauração da cidade de Nova Iguaçu.
Nunca antes se viu ou ouviu falar de um projeto voltado para os jovens de uma cidade, que tenha modificado tão a fundo conceitos de que o jovem tem voz e vez em qualquer lugar independente de suas circunstâncias. Nunca um governo preocupou-se em ensinar a alguém sobre os direitos que têm e como brigar por eles, pois é como dar a arma ao inimigo, somente um governante que não há o que esconder de sua população é capaz de aceitar e apoiar um projeto como esse.
Com certeza esse foi mais que um projeto de capacitação, mas de transformação de vidas e da visão de como se faz uma política pública, que acrescenta não só na vida dos envolvidos, mas reflete no futuro de uma população inteira.
Eu poderia escrever durante horas sobre as sensações dê estar em um projeto como esse, porque certamente são infinitas, porém indescritíveis, no entanto não posso deixar de dizer que isso tudo foi apenas o “início” da mudança na vida da população iguaçuana, mas agora que ela começou “a mudança não pode parar”.

(Camila de Oliveira Silva- revista VEJA ano de 2008- 4° edição).
Que otimismo! Rsrsrsrrsr